segunda-feira, dezembro 21, 2009

Denise e as baratas

Participei de um amigo secreto ladrão, a nova moda em amigos secretos e saí com A Metamorfose, de Kafka, em quadrinhos. Fiquei feliz porque era a única maneira de eu ler Kafka nesta vida. Li todo, numa sentada, antes de dormir. Acordei, no dia seguinte, não como uma barata, mas vivendo de novo um pesadelo com elas. Quando eu estava indo para a cozinha tomar um copo de água, a “poeirinha” que estava no chão saiu correndo ao me ver. Era uma barata. Germânica. Ela estava meio grogue e consegui matá-la.
Odeio baratas, mas passei a entender um pouco delas desde o dia que aluguei meu atual apartamento e na primeira faxina, antes de me mudar, recebo a notícia de que o apê estava infestado de baratas. Eram tantas baratas, segundo a moça da limpeza, que eu surtei e contratei uma empresa de dedetização, que bateu na minha porta no dia seguinte.
Não sei o que era pior: as baratas ou os caras que dedetizavam. Mas como eles ficariam apenas minutos na minha casa e as baratas moravam lá, optei por eles. Só que elas não morreram. Nem com a segunda visita dos dedetizadores. Até que um dia, quando eu fazia compras no supermercado, encontrei um casal de conhecidos, hoje amigos, e tive uma aula sobre baratas. Eles há pouco tinham passado pelo mesmo problema, mas com baratas Americanas, aquelas grandonas e nojentas que saem dos esgotos. As pequenas, que viviam na minha casa, eram as Germânicas e não filhotinhos de baratas como eu pensava. E não era qualquer veneno que matava elas. Depois desta breve aula e diversas tentativas de matá-las, passaram-se meses.
Até que um dia, elas desapareceram. Um dia glorioso! Eu tinha vencido a guerra. Até hoje de manhã aquele bichinho nojento me relembrar destes velhos tempos. Desencavei o Ferra Barata (adoro esse nome!) do fundo da gaveta e espalhei por toda casa. Está cheio de bebês baratas no meu tanque... Estou arrepiada com este revival. Praga de Kafka e sua barata gigante.