segunda-feira, novembro 20, 2006

Manual prático para mulheres solteiras em São Paulo - Primeira Regra

Mediante ao fiasco que foram as baladas com minhas amigas neste final de semana em São Paulo, resolvi que o mínimo que posso fazer com esta péssima experiência, é passá-la adiante. Mulheres, se liguem!
A primeira regra é fundamental para se divertir na noite paulistana é:
1- Não saia aos Sábados!!! A exceção vai para casos especiais como aniversários, tédio total e desespero mesmo. Do contrário, a não ser que você seja rica e goste de rasgar dinheiro, fique em casa. A noite mais cara da cidade é justamente a mais estranha. Para suportar toda a bizarrice que o Sábado à noite proporciona, litros de chope, doses extras de coquetéis e muito senso de humor. O resultado? Além de ficar um pouco traumatizada achando que só tem gente feia por estas bandas, noitadas aos Sábados também rendem pneuzinhos extras e um rombo na conta bancária. Sim, porque se você não percebeu, quanto pior a festa, mais se gasta em bebida! É uma equação simples e também muito deprimente.... Portanto meninas, prefiram ficar em casa jogando Scotland Yard ou vendo Sex and the Citty com suas amigas em casa que será, certamente, muito mais proveitoso.
Este é o primeiro item e a peça-chave deste Manual de sobrevivência para mulheres solteiras e descoladas, em São Paulo. Fique atenta e confira neste blogg os próximos passos!

domingo, novembro 05, 2006

Em Sampa

Há um ano atrás eu já havia decidido: viria para São Paulo. Nunca na minha vida eu havia pensado em morar na maior cidade de América Latina, mas de repente, ela começou a me parecer a possibilidade mais próxima para que eu mudasse de vida. Um amplo mercado de trabalho, novas oportunidades e independência. Tudo muito tentador. Deixar a querida, mas provinciana Porto Alegre para estar num lugar onde tudo acontece.
Na virada do ano, poupando para fazer esta minha nova empreitada, eu estava com minha família curtindo os fogos no Gasômetro e vendo meu pedido de sucesso em São Paulo entrar na água junto com o barquinho de Iemanjá. E eu acreditei muito que tudo ia dar certo, afinal eu era uma admiradora da Rainha do Mar (veja bem, admiradora, não devota).
E chegou em maio, enfim, o dia da minha partida. Foi triste, muito triste. A melancolia tomou conta de mim e a cada telefonema de despedida, a cada abraço, a cada lembrança que voltava a minha mente, lágrimas e muitas lágrimas. Fiz de tudo pra transformar esta despedida em um até logo, porque racionalmente, eu estava indo para Sampa e não Austrália. Estaria a menos de duas horas de minha Porto Alegre, de minhas amigas, de minha família, da minha casa.Os primeiros dias em São Paulo foram extremamente solitários. Passava as manhã e tardes vagando só pela cidade, indo a cybers cafés, descobrindo tudo sozinha. À noite, inevitavelmente eu chorava, chorava muito até não conseguir mais respirar e rezava. Nunca rezei tanto na minha vida e acho que um dos pontos mais positivos da minha mudança foi o resgate da minha espiritualidade. Em Porto, eu não arranjava tempo nem de rezar um Pai Nosso antes de dormir. Aqui, eu rezava até cair no sono. Precisava de um apoio e se, em parte ele vinha de longe, de Porto Alegre, por que não poderia vir dos céus? Um mês se passou naquele quarto escuro de empregada. Passei o primeiro Dia das Mães longe da minha, vi PCC atacar, passei por bons e maus momentos. Este foi o capítulo mais doloroso, mais incerto desta viagem. Logo me mudei com uma amiga para um apartamento que seria nosso. Se agora eu teria um quarto iluminado, este estava totalmente vazio... Momentos de caos com minhas roupas espalhadas pelo chão e dormindo no sofá da sala. Logo comprei meus primeiros móveis: um guarda-roupa que deu ordem à minha vida e um colchão péssimo das Casas Bahia... Como eu não sabia se teria que voltar ou não, pois não havia conseguido emprego ainda, investi baixo. Paguei à vista meu colchão de 50 pila para pessoas até 35kg.... Não preciso dizer que no segundo dia ele tinha um buraco enorme. O detalhe: eu ainda durmo nele....